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19 de Abril de 2024

Princípio da insignificância não se aplica ao crime de estelionato praticado para o saque de seguro desemprego

Publicado por Wagner Francesco ⚖
há 10 anos

Em recente decisão monocrática, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) decidiu que não se aplica o princípio da insignificância ao crime de estelionato praticado com a intenção de receber o seguro desemprego.

O processo em questão, que recebeu o nº 0002538-87.2013.4.6107/SP, diz respeito ao fato de réu que recebeu cinco parcelas de seguro-desemprego, no valor de R$ 603,35 cada, totalizando R$ 3.016,75 entre março e julho de 2010, enquanto trabalhava sem registro em carteira em um supermercado, atividade que exerceu de agosto de 2009 até fevereiro de 2012.

Princpio da insignificncia no se aplica ao crime de estelionato praticado para o saque de seguro desemprego

A conduta do réu foi enquadrada no artigo 171, § 3º (estelionato contra entidade de direito público) do Código Penal. E o Ministério Público Federal argumentou que ao ato praticado pelo réu não se aplica o princípio da insignificância, já que os prejuízos que dele decorrem superam os limites puramente patrimoniais:

Afigura-se impossível desprezar que o seguro-desemprego configura patrimônio abstrato de toda a coletividade de trabalhadores celetistas e que, qualquer tipo de lesão praticada contra aquele, é de difícil mensuração.

É importante compreendermos que o fato de não existir anotação de contrato de trabalho na CTPS não afasta a tipificação do crime de estelionato praticado pelo agente que, de fato, mantém vínculo laboral e faz o saque do Seguro Desemprego.

Seguro Desemprego é uma conquista dos trabalhadores, um benefício muito importante. Não banalizemos nossos direitos, não sejamos irresponsáveis com nossos deveres.

Para saber mais sobre o seguro desemprego, clique aqui e aqui.

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6 Comentários

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Não deixa de ser desonestidade, mas analisando as condições precárias em que vive um brasileiro com salário mínimo e aluguel, alimentação, energia, água, imposto, imposto, imposto... e a atual ausência de dignidade no padrão de vida, até é de se pensar mais um pouco....
Enquanto isso os crimes de cifra dourada ocorrem na nossa cara, ficam impunes e nós de mãos atadas, assistindo de camarote.
Isso não exclui a má-fé desse caso mas ainda torna suscetível à análise. continuar lendo

Sei que vivemos em um pais com grande quantidade de desmandos e que, realmente, muitos casos mais graves não são punidos. Visto de uma ótica de um trabalhador com faixa salarial mais alta, pode parecer que a conivência com o ato fosse aceitável. Talvez uma desforra. Mas e se olharmos a situação pela ótica de outro brasileiro em situação econômica semelhante, mas que não pratica esta tipo de ato? Fico muito aborrecido comum sujeito que conheço, encostado por dependência, que toda a vez que tem perícia vai embriagado, buscando protelar a volta ao trabalho.

Tenho funcionários que chegam todos os dias ao trabalho sem enrolação, vendo colegas com atestado, ou encostados no Inss, sabendo que em muitos casos o problema alegado, nem existe. Não é preciso ter dinheiro para buscar burlar o sistema, contornar leis ou regulamento.

Gostaria muito que os crime fossem todos julgados e punidos como deveriam. De acordo com a gravidade e que o acesso à todos os meandros não fosse possível somente aos que detém recursos. Não é assim, mas ainda assim acho que não podemos relativizar para "que não tem recurso". Antes de se indignar pela justiça ser aplicada aos com menos recursos, deveríamos nos indignar e cobrar o fato de a justiça dificilmente chega com a mesma intensidade aos com mais poder.

Aceitar hoje uma fraude por que a pessoa é pobre é dizer, olha: Não dá nada, faz mais! Isto é diferente de roubar uma galinha para comer. continuar lendo

Pior é quando o empregador dispensa formalmente o empregado, pra que este obtenha o seguro. Mas na verdade continua trabalhando, só que recebendo salário menor por fora, que somando ao benefício fica maior e diminuí os custos do empregador. continuar lendo

Até hoje desconheço quem não fraudou este sistema e sua existência só estimula a fraude. continuar lendo

È realmente válida esta análise porém com tantos desmandos e falta de cumprimento das leis atos praticados pelos mais abastados, nos obrigam a refletir se vale apena gasta tanta energia com este tópico. continuar lendo