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19 de Abril de 2024

Ministro do STF libera ação que pede abertura de impeachment de Temer

Marco Aurélio Mello liberou processo para julgamento no plenário da Corte. Agora, caberá ao presidente do Supremo marcar a data do julgamento.

Publicado por Wagner Francesco ⚖
há 8 anos

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para julgamento no plenário da Corte a ação que pede a abertura de processo de impeachment contra o presidente da República em exercício, Michel Temer.

No começo do mês passado, Marco Aurélio concedeu uma liminar determinando a instalação de uma comissão especial para analisar o pedido de impeachment de Temer nos moldes do que ocorreu com a presidente afastada, Dilma Rousseff.

Agora, caberá ao presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, marcar uma data para o julgamento do caso.

A decisão de Marco Aurélio foi tomada após pedido do advogado Mariel Marley Marra contra decisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tomada em 5 de janeiro, que rejeitou abrir processo por entender que não havia indício de crime.

Na ação judicial, o advogado autor do pedido de impeachment argumentou que Temer cometeu o mesmo ato de Dilma ao assinar decretos que abriram créditos suplementares sem autorização do Congresso, incompatíveis com a meta de resultado primário.

A assinatura dos decretos é um dos pontos que embasaram o pedido de afastamento de Dilma protocolado pelos juristas Miguel Reale Jr, Hélio Bicudo e Janaina Paschoal.

Na ocasião, Mariel Marley Marra também havia solicitado ao Supremo a suspensão do processo de impeachment de Dilma para que o processo de Temer fosse anexado ao da petista. Marco Aurélio, entretanto, havia negado esse ponto.

Parecer da PGR

Depois de ordenar que a Câmara instaurasse a comissão especial para analisar o pedido de impeachment de Temer, Marco Aurélio Mello notificou todos os envolvidos para que opinassem sobre o tema e o Supremo pudesse julgar definitivamente o caso.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao STF no qual ponderou que, na opinião dele, não houve ilegalidade por parte de Eduardo Cunha no momento em que o peemedebista rejeitou o pedido de impeachment de Temer. Por conta deste entendimento, o chefe do Ministério Público defendeu que a liminar concedida por Marco Aurélio Mello fosse cassada.

"Assim, nos limites estabelecidos para a apreciação dos atos do Congresso Nacional pelo Poder Judiciário, não se verifica violação de norma constitucional ou conduta abusiva por parte do impetrado. Ante o exposto, opina a Procuradoria-Geral da República pela denegação da segurança, cassada a liminar anteriormente concedida", diz Janot no parecer.

Em seu parecer, Janot lembrou que Eduardo Cunha explicitou que negou o pedido sobre Michel Temer porque os decretos foram assinados pelo vice-presidente antes da mudança da meta de resultado primário.

"O Presidente da Câmara dos Deputados, ao apreciar os decretos não numerados de responsabilidade da Presidente da República e do Vice-Presidente da República adotou os mesmos. Critérios em ambos os casos, e o resultado oposto em uma e outra, a primeira com acolhimento da denúncia e a segunda com a declaração de inépcia, decorre do marco cronológico adotado pelo Congresso Nacional para reconhecer o descumprimento da meta fiscal", afirmou o procurador.

Segundo Janot, quando o governo mudou a meta de responsabilidade fiscal deveria ter observado o cumprimento da meta. Embora ele não cite diretamente o caso da presidente Dilma Rousseff, o procurador afirma que o governo deveria ter observado a meta. Foi a primeira manifestação de Janot sobre possível irregularidade por parte da presidente na assinatura de decretos.

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49 Comentários

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Parabéns ao STF. Fora Temer também!
Mas e o Renan?
Vai ficar protegido, por que?
O que ele tem de especial ou o que ele pode contar que impede o aceite das denuncias? continuar lendo

Mais uma pessoa que devia deixar o planeta e para de fazer confusão.

Está tudo errado, está tudo ruindo.

Parece que há vários tipos de medidas, para esse Ministro; há um ar de PT em seu horizonte.

Será que é hora de bagunçar mais e "ferrar" a todos? continuar lendo

R Gaddini:
Não vou discutir direitos e deveres, porque nesse caso ele está corretíssimo, mas quanto a ser o momento, tenho minhas dúvidas também.
Mas a cara-de-pau do Temer ao montar seu ministério deixa clara a intenção de perpetuar a roubalheira.
Mas aí fica também a dúvida: Esse é o ponto em que o ministro se apoiou? continuar lendo

José.. aguardemos. Afinal de contas, podemos ver que aos poucos, um por um estão caindo. Dilma não passou, Cunha não passou. Temer e Renan não passarão. Um por um, todos cairão. Reforma política JÁ!!! continuar lendo

Isabela:

Acabei de ler a conversa gravada do Romero Jucá, que não deixa margens a duvidas de que tudo o que está acontecendo visa enfraquecer a Lava- jato e transformar tudo em um grande acordo da quadrilha que governa o país.
Nada está feito ainda e estou preocupado com a calmaria do povo. continuar lendo

Marco Aurélio e Gilmar Mendes fazem questão de esfregar na cara de todos que estão cagando para a imparcialidade. continuar lendo

Vejam a nota de Michel Termer sobre os decretos assinados por ele de abertura de créditos suplementares.

"Nas interinidades em que exerce a Presidência da República, o vice-presidente age apenas, formalmente, em nome da titular do cargo. Ele deve assinar documentos e atos cujos prazos sejam vincendos no período em que se encontra no exercício das funções presidenciais. Ele cumpre, tão somente, as rotinas dos programas estabelecidos pela presidente em todo âmbito do governo, inclusive em relação à política econômica e aos atos de caráter fiscal e tributários.
Ao assinar atos governamentais cujos prazos expiram na sua interinidade, o vice-presidente não formula a política econômica ou fiscal. Não entra no mérito das matérias objeto de decretos ou leis, cujas justificativas são feitas pelo Ministério da Fazenda e pela Casa Civil da Presidência, em consonância com as diretrizes definidas pela chefe de governo". continuar lendo

Logo, se Dilma Cometeu crime de responsabilidade, Michel Temer, também. É CÚMPLICE.
FORA TEMER! continuar lendo

Novas eleições já! continuar lendo

Quer dizer que ser vice presidente ou ser "caneta" é a mesma coisa? um por que risca e o outro por que rabisca?. caneta não tem culpa nem responsabilidade mas o TEMER tem. continuar lendo

Turco faz qualquer negócio, já dizia minha bisavó! continuar lendo

A cara de pau desse golpista-presidente-interino é impressionante. O que ele diz num dia, desmente no outro. Exemplo claríssimo: se "nas interinidades em que exerce a Presidência da República, o vice-presidente age apenas, formalmente, em nome da titular do cargo", então por que, sendo interino, dispensou os ministros de Dilma, acabou com vários ministérios, nomeou novos ministros e anuncia medidas diametralmente opostas à da titular? continuar lendo

Ilegalidade é esta liminar que "determina a instauração do processo de impeachment do Vice-presidente". Uma decisão monocrática invadindo o mérito da decisão do Poder Legislativo. Quanta audácia!! continuar lendo

Vc está falando em audácia neste país? Faça um estudo da história política brasileira! continuar lendo

O comentário se referia aos aspectos jurídicos da decisão, mas isto não preciso explicá-los aqui. Quanto a política, minha profissão é outra. continuar lendo